Artigos | 09/10/2024
Paola Coser Magnani, Presidente do IEE
Você já deve ter ouvido falar inúmeras vezes que político é tudo igual. Provavelmente até concorde que a política brasileira é sempre aquele mesmo samba de uma nota só: pessoas mais interessadas em se perpetuarem no poder do que em trabalhar em prol da nação brasileira. No final das contas, por que nos envolvemos com política, então, se é sempre a mesma coisa?
A bem da verdade, a política, gostemos ou não, permeia nossas vidas. A forma como votamos influencia diretamente no ambiente em que viveremos. No domingo passado, tivemos a oportunidade de escolher os candidatos ao Executivo e ao Legislativo. Muito se falou no cargo da prefeitura e pouco sobre os verdadeiros decisores: os vereadores.
A Câmara de Vereadores é responsável por elaborar, discutir e aprovar leis municipais que afetam diretamente a comunidade local. Desde a fiscalização do prefeito até a aprovação orçamentária de como será gasto o nosso dinheiro, fruto do pagamento de impostos. Na hora de votar para vereador, você escolheu alguém condizente com essa responsabilidade? E, além disso, será que passados três meses, ou até menos, irá se lembrar em quem votou?
O voto é o principal ato de manifestação de uma população. A composição da Câmara de Vereadores de Porto Alegre deixou evidente que os candidatos com a maior clareza de identidade e de linha de pensamento foram os mais votados. A população sinalizou fortemente que “ou você se posiciona, ou você não é merecedor do meu voto”.
Precisamos nos envolver e nos engajar com candidatos que valorizem os princípios básicos do Estado democrático de direito, da propriedade privada e do Estado mínimo. É nesses valores que nós, do IEE, acreditamos, e o ato de votar coerentemente é o primeiro passo para um ambiente próspero.
O segundo passo é acompanhar o trabalho desse candidato eleito, principalmente no caso dos vereadores. Eles são a interface do povo. Se nem mesmo assim nos engajarmos na política, ficaremos repetindo a cada eleição aquele mesmo samba de uma nota só.
Artigo publicado originalmente no Jornal Zero Hora em 09/10/2024